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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A população amazonense

 Devido à sua grande extensão, à falta de meios de comunicação e ao pequeno desenvolvimento econômico, a região não atraía migrantes, permanecendo pouco populosa. A partir de então, o quadro começou a se modificar, em razão de vários fatores: descoberta de minérios, instalação de garimpos, derrubada de grandes extensões da floresta para o estabelecimento de projetos agropecuários e construção de estradas de rodagem. Foram importantes também os incentivos governamentais para o povoamento e a colonização. Observe, no gráfico, o crescimento populacional da Região Norte nas últimas décadas. Região Norte: Crescimento da população*

Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000 (Sinopse preliminar). * Em 1990 não houve recenseamento. O Norte tem 12.900.704 habitantes. Como a extensão territorial da Região é grande, a densidade demográfica é de apenas 3,4 habitantes por quilômetro quadrado, a mais baixa do Brasil. A população está distribuída de forma muito irregular pelo espaço regional. Algumas poucas áreas em Roraima, em Rondônia, no Amapá, no Pará, em Tocantins e no Acre apresentam densidades demográficas superiores a 25 habitantes por quilômetro quadrado; somente as áreas onde estão situadas as cidades de Belém e Manaus ultrapassam os 100 habitantes por quilômetro quadrado. As cidades e os povoados concentram-se às margens dos rios, mantendo as características iniciais da ocupação do espaço. Somente duas cidades da Região Norte apresentam população superior a um milhão de habitantes. Uma delas é Belém, uma das metrópoles regionais brasileiras; a outra é Manaus, que deve grande parte de seu recente crescimento demográfico à Zona Franca aí instalada. Ao estudar a geografia da Região Norte, uma das maiores transformações observadas, é o rápido processo de urbanização ocorrido nos últimos anos. Até os anos 1970, a maior parte da população morava na zona rural. A partir de então, a situação inverteu-se. No entanto isso não acontece em todos os estados da Região. Algumas áreas são bastante urbanizadas, enquanto em outras a maioria da população vive na zona rural.

Um espaço de conflitos.

A construção de grandes rodovias, os projetos de mineração e a expansão da  agropecuária na Região Norte têm sido realizados à custa de muitas lutas, perseguições e mortes de brancos e de indígenas. O número de sem-terra na Região é grande e tem aumentado ainda mais nos últimos anos. São seringueiros, castanheiros, lavradores, peões de fazendas de pecuária e migrantes de outras regiões brasileiras que se instalam em áreas desocupadas, aparentemente sem dono, para morar e produzir. Essa ocupação gera uma série de conflitos, como se verifica no sul e no sudeste do Pará.
Esses conflitos ocorrem principalmente nas áreas em que há um grande avanço da pecuária e da mineração, que não deixam espaço para pequenas propriedades. Também os indígenas da região sofrem com a expansão agropastoril e mineradora. Embora o
Brasil tenha terras indígenas delimitadas nas chamadas reservas, que são protegidas por lei, essas terras muitas vezes são invadidas. Um dos exemplos dessa luta pela terra foi o que aconteceu com a tribo dos Yanomami, habitantes de Roraima. Na década de 1980, a reserva dessa tribo foi invadida por dezenas de milhares de garimpeiros Desde então, a população Yanomami sofreu um verdadeiro processo de extermínio, vítima da destruição de seu ambiente e de doenças transmitidas pelos invasores. Um dos exemplos dessa luta pela terra foi o que aconteceu com a tribo dos Yanomami, habitantes de Roraima. Na década de 1980, a reserva dessa tribo foi invadida por dezenas de milhares de garimpeiro. Desde então, a população Yanomami sofreu um verdadeiro processo de extermínio, vítima da destruição de seu ambiente e de doenças transmitidas pelos invasores. Como vimos, o Norte constitui a última fronteira de expansão econômica do País, e por isso ainda se verificam aí muitos conflitos. Nos últimos anos, porém, têm-se ampliado na Região os mecanismos de organização de diversas categorias sociais, como seringueiros, produtores rurais e indígenas. Isso sem contar a formação de grupos ambientalistas e de defesa dos direitos humanos.
É preciso reconhecer que essas iniciativas têm sido respostas à forte intervenção do Estado, que marcou e ainda marca a organização desse espaço regional.

O povoamento
Durante mais de cem anos após a chegada dos portugueses ao Brasil, a Amazônia só era conhecido por expedições que para lá se dirigiam para aprisionar índios ou em busca das drogas do sertão (cacau, canela, baunilha, madeiras aromáticas), que eram vendidas à Europa e rendiam algum dinheiro aos exploradores. A ocupação e o povoamento da Amazônia tiveram início no século XVII, quando o governo português resolveu instalar, junto à foz do rio Amazonas, uma fortificação que deu origem à cidade de Belém. Um pouco mais tarde, foi funda do o núcleo que originou a cidade de Bragança. No século seguinte ocorreram dois tipos de ação povoadora: as missões religiosas, que tinham o objetivo de catequizar os índios, e as expedições militares, organizadas para defender o território.

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